segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Swans - My Father Will Guide Me Up A Rope To The Sky

Michael Gira, Swans


Então, aquela expressão "growing old gracefully" não se aplica a Michael Gira e seus comparsas; figura chave no pós punk americano, navegando na no-wave nova iorquina e carregando sua banda por quase trinta anos, a feiúra e a dissonância do som dos Swans nunca combinou com a idéia de veteranos agradáveis compartilhando suas Buds...o hiato de quatorze anos (Soundtracks For The Blind é de 1996) não aliviou a visão ou mesmo a pegada caótica da banda. Na verdade, Gira soa ainda mais dark com sua voz grave de pregador do fim do mundo, contando estórias borradas de traços violentos. O acompanhamento instrumental aqui não decepciona, a banda constrói intrincadas colisões, dissonâncias carregadas de pequenas nuances de beleza em meio ao frenético modus operandi. A sensação de estranheza, ameaça e tensão domina o álbum, como se de uma canção acústica surgissem versos incômodos, ou do barulho surgissem dedilhados e arranjos delicados, e muitas vezes tudo isso ocorre ao mesmo tempo. Bandas como o Liars desejam criar sensação semelhante, mas no caso de "My Father..."o Swans torna outras tentativas reducionistas. Não é uma elegia a uma banda cultuada e respeitada voltando a ativa, mas a constatação de que se o Swans fosse uma banda nova, estaríamos aqui resenhando um curto(na duração), mas pungente início de carreira. Se você morrer e for pro inferno, o Swans será sua companhia musical: abrasivo e assustador. Ou, usando termos mais diretos, esse disco é uma ignorância, desprovido de acompanhamento agradável ou de rótulos bonitinhos. O The Suburbs dos freaks. 9/10 - Abaixo, o vídeo de Love Of Life (antiga, não presente no disco resenhado:esperemos por novos vídeos)

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